Entrevista site Axezeiro.com

Marujada, segue uma copia da entrevista que concedi ao site Axezeiro.com ao querido amigo Robson Cobain.

Leia:
O cantor Marinhho Lessa se despede em breve da banda Capitão Gancho, que comanda a 15 anos. O Portal Axezeiro.com bateu um papo com o artista para saber o motivo desta inesperada mudança e as novidades.

Portal Axezeiro: Você está à frente da Capitão Gancho há um grande período e agora decidiu se desvincular. Está certo desta mudança?

Marinhho Lessa: O projeto Capitão Gancho foi idealizado por mim como forma de construir minha identidade musical e me apresentar ao cenário profissional. A música entrou na minha vida muito cedo, cantando musicas sacras inspirado por Padre Zezinho. Caetano, Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento foram no início minha fonte de inspiração e partida. Cantar em minha vida sempre teve um cunho de realização pessoal e desejo de contribuir com uma vida melhor mais uma humana e mais justa.
No Projeto Capitão Gancho sempre cantei o amor e a beleza da vida, por acreditar que assim se constrói uma felicidade real, uma vida onde a igualdade e o respeito nascem em nós, contagiando a todos. Promovo esta mudança com sensação de missão cumprida e de confiança em tudo que construir nestes 15 anos. Hoje tudo que sou, que adquiri e vivencio fazem parte diretamente da minha experiência profissional neste projeto, que em minha vida foi muito bem sucedido.

PA: O que o levou a esta mudança? Houve alguma briga ou motivo forte?

Marinhho: Me sinto discípulo dos grandes nomes do Axé. Comecei a cantar no momento em que a música da Bahia invadiu o Brasil. O projeto Capitão Gancho nasceu em 1996 e foi logo abraçado e requisitado no mercado brasileiro. Foi tudo muito rápido e mágico. Os grandes eventos de Axé, nós participávamos como segundo time em eventos como Micarecandanga em Brasilia, Fortal, Micarina, e o Carnaval de Salvador logo em 1997 e daí por diante.
Dessa demanda nasceu a necessidade de desenvolvermos uma consciência mercadológica. E assim fomos nós, pequenos independentes, trilhando nosso caminho.
Objetivando crescer e expandir meu som, em 2005 fui convidado a uma sociedade com o Capitão Gancho. Neste momento foi inserida uma cantora para fazer parceria comigo e que não deu certo. Nasce daí uma banda com um nome similar ao Capitão Gancho, que apesar de todas as diferenças o publico e os contratantes ainda remetem à minha pessoa, o que inviabiliza do ponto de vista comercial e mercadológico. Por tanto não existiu briga nem qualquer tipo de problema diferente deste colocado.

PA: Como fica agora a banda e marca?

Marinhho: Vendi a marca no mês de abril deste ano, todos os direitos relativos à Capitão Gancho como banda. Graças a um trabalho sério e de muito respeito à nossa cultura e ao nosso jeito de fazer música, a marca hoje tem força e é um representante fiel da cultura baiano em muitas regiões do Brasil. O que acontecerá só o tempo dirá.

PA: Ainda haverá algum envolvimento?

Marinhho: Rapaz, em minha vida jamais esquecerei estes anos, que, como mencionei, de muito aprendizado e muitas conquistas. Comercialmente acredito que encerrei esta etapa sem nenhum tipo de participação futura.

PA: Qual o seu próximo passo profissional?

Marinhho: Desde que as pessoas souberam da venda da marca, muitas especulações e muitas conversas fluíram. O que posso afirmar é que hoje com 18 anos de carreira não tenho mais como me desligar da música, do Carnaval, das micaretas e festas de rua. Mesmo que quisesse financeiramente seria uma atitude ignorante e irresponsável. Apesar de não pertencer ainda ao primeiro escalão, tenho parceiros e fãs que me acompanham e fazem questão de minha presença em suas festas e comemorações.
Este ano resolvi retomar a faculdade de direito que preciso concluir. Continuo coordenando o Projeto de Mobilização Social Sementes, que atua na arrecadação de fundos com projetos de arte para auxilio a instituições que amparem idosos, crianças órfãs e portadores de necessidades especiais e neste balaio de gato definindo como darei seqüência aos compromissos profissionais. Garanto que da música não saio e ninguém me tira [risos].

PA: Está preparado para críticas?

Marinhho: Esta onda de crítica é muito natural. Tudo na vida é a forma como encaramos as situações.
Num momento de tantas incertezas e falta de unidade no pensar e sentir das pessoas, não se pode esperar muito.
Precisamos despertar pra nossas reais necessidades e valorizar o que realmente acrescenta de bom em nossas vidas. Jesus não agradou a todos, quem sou eu pra ter tal intenção? Lembrando o que diz Santa Tereza de Ávila, tudo nesta vida é passageiro, eternizado somente o amor que construímos em nossas relações. Pra isso eu tenho procurado me preparar.

PA: De que seu novo projeto se diferencia dos anteriores?

Marinhho: Olhe, nós baianos temos uma forma muito singular de fazer musica. Este comportamento musical denominado Axé Music, nos permite muita coisa prazerosa e dançante. Não acredito em novidade neste campo. Por mais que misturemos e acrescentemos elementos que se diferenciam a sonoridade de uma banda ou outra a essência do som é a mesma. Quem se propõe a fazer música de Carnaval, de trio elétrico e dançante, música da Bahia como eu faço, jamais poderá perder a beleza do que já é feito. Trago minha identidade musical representada em letras e melodias que colaborem por despertar a felicidade das pessoas em sua integralidade.

PA: Quando será lançada oficialmente?

Marinhho: Quem souber morre [risos]. Ainda não tenho nada definido.
Tenho shows em Tocantins, Minas e no Rio Grande do Norte, onde já devo cumpri com nova formação e novo conceito, porém nada a declarar [risos].

PA: Deixa um recado para a galera que acompanha seu trabalho.

Marinhho: Antes de qualquer coisa, muito obrigada a você Robson, ao Axezeiro, Andrade e toda equipe, amigos que a música me deu.
Agradeço a toda galera que me acompanha e que tem sido presença certa em minhas tardes de domingo no Bohemia, aqui em Salvador. Independente de mudança de nomes, sempre estarei cantando, pois este é meu propósito na vida.
Desejo a todos muita paz e que consigamos juntos, cada um de nós em nossas vidas, cada um em sua realidade, construirmos um mundo melhor. Convido a todos a sairmos da inércia e do discurso repetitivo e nos unirmos em prol de um mundo melhor e mais humano. A música pode oferecer muito mais do que vem produzindo a partir do momento que as pessoas entendam a verdadeira beleza de viver. Beijos.

http://www.axezeiro.com.br/entrevista/144.html

1 comentários:

  1. Sol Garcia disse...:

    Difícil imaginar Marinhho sem capitão gancho e vice versa, quando li agora aqui me deu uma dorzinha no peito...mas a vida é assim, cheia de ciclos e eles se acabam pra q se possa começar outros.
    Meu Anjinhho de luz...acho que nem preciso dizer que estarei sempre com vc, torcendo e te apoiando sempre!! Meu amor por vc é incondicional!!!

    SUCESSO SEMPRE !!!
    Beijoooo

 
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